quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sivio Santos


Infância e juventude
Senor Abravanel nasceu em 12 de dezembro de 1930 no bairro carioca da Lapa, filho de pais judeus chamados Alberto Abravanel (nascido na Grécia) e Rebeca Abravanel (nascida na Turquia).
Aos quatorze anos, observando um camelô da cidade do Rio de Janeiro chamado "Seu Augusto", Sílvio começou a vender capas de plástico para título de eleitor e, logo depois, canetas-tinteiro. Seu sucesso nas vendas fora atribuído à sua capacidade de mesclar números de mágica e diversões com vendas, que ele fazia no horário de almoço do guarda em serviço na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua do Ouvidor. Para tanto, Sílvio Santos contava com a ajuda de seu irmão Leon, que espreitava o guarda, avisando seu irmão quando esse estava a caminho. Em uma dessas ocasiões, entretanto, o guarda apreendeu as mercadorias de Sílvio, mas reconheceu seu talento no trato com as pessoas e sua ótima voz: lhe deu um cartão para uma entrevista na Rádio Continental, que possuía estúdios na cidade de Niterói
Durante o trabalho na rádio, produtores acharam o seu nome, Senor Abravanel, um tanto complicado para o grande público. Por um tempo, Senor utilizou o nome artístico Sílvio Abravanel, até chegar ao consagrado Sílvio Santos.
Todos os dias, Sílvio voltava da rádio na última barca da noite. Nesta viagem ele sentia falta de algo para entreter os passageiros durante a viagem; foi quando teve a idéia de montar na barca um serviço de rádio. Para tanto, pediu a colaboração de diversos comerciantes do centro da cidade do Rio de Janeiro que, em troca da doação da aparelhagem de rádio, tinham o direito de anunciar gratuitamente nas barcas.
Daí, Sílvio passou a vender os anúncios para o serviço nas barcas. Isto despertou em Sílvio a vocação de empresário. Sílvio costumava passar os domingos com os amigos na Ilha de Paquetá. A viagem durava quase duas horas, os passageiros sentiam sede, e a água que abastecia os bebedouros da embarcação não era suficiente para suprir a demanda. Sílvio teve a idéia de montar um bar na barca para a venda de refrigerantes e cerveja e, ainda, começou a organizar um bingo dentro da barca. O negócio deu tão certo que Sílvio passou a ser um dos maiores vendedores de uma grande cervejaria de São Paulo, e foi convidado a visitar a fábrica. Assim começou a história de Sílvio Santos na capital paulista.
A carreira em São Paulo
Em São Paulo, Sílvio começou a trabalhar em circos, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Como Sílvio Santos tinha um tom de pele muito claro, ficava vermelho com facilidade; por falar bastante, começou a ser apelidado "peru falante". As caravanas do Peru falante ficaram conhecidas na capital de São Paulo, em cidades do interior e em outros estados.
O apresentador e empresário de televisão
Logo passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios que fazia no circo. Seu primeiro programa, Vamos Brincar de Forca, estreou em 1962 e era transmitido pela TV Paulista, à noite. Um grande sucesso. Em 1964, passou a comandar seu programa aos domingos, das 12 às 14h. No decorrer dos anos, o formato seria expandido e aprimorado no Programa Sílvio Santos.
Paralelamente, Sílvio partiu para novos empreendimentos: adquiriu de seu amigo Manuel da Nóbrega o Baú da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações. Depois de reformas no plano de negócios, a empresa ficou conhecida pela venda de carnês e sorteios.
Quando a TV Paulista foi incorporada à Rede Globo, Sílvio seguiu pagando aluguel pelo seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas. Na medida que aumentava o sucesso do Programa Sílvio Santos, Sílvio tinha ótimos resultados financeiros. Realizava sorteios de carros, móveis e eletrodomésticos, o que motivou a expansão dos negócios do grupo (Móveis Tamakavy, concessionária de veículos Vimave).
Porém, no início dos anos 70, Boni e Walter Clark, diretores da Rede Globo, promoveram reformas no padrão de qualidade da emissora, investindo em filmes, esporte, jornalismo e novelas. Para os executivos, o programa de Sílvio Santos destoava da grade de programação.
O apresentador quase saiu da emissora em 1972, mas o próprio Roberto Marinho o convenceu a ficar, renovando contrato por mais quatro anos. Por este contrato, Sílvio não poderia ser acionista ou dono de nenhuma outra emissora de televisão, o que motivou sua saída da Globo.
Dessa forma, a partir de 1976, Sílvio começou a comprar horários na Rede Tupi, assegurando a transmissão nacional de seu programa, ao mesmo tempo que lutava politicamente para obter seus próprios canais de televisão
A criação da TVS e a formação do SBT
No dia 22 de outubro de 1975, o presidente Ernesto Geisel assinou o decreto 76.488, outorgando a Sílvio Santos o canal 11 do Rio de Janeiro. Sílvio passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS (TV Studios).
Depois da falência da Rede Tupi, em 1980, o Programa Sílvio Santos em São Paulo foi transferido para a Rede Record. Durante os anos 80 Sílvio chegou a ser dono de 50% da emissora do empresário Paulo Machado de Carvalho. Todavia, Sílvio planejava ter uma rede nacional de televisão, produzir uma programação completa e usar o canal para seus sorteios e promoções.
Em 1981, através de um lobby com a primeira-dama Dulce Figueiredo, com quem tinha longas conversas por telefone, Sílvio Santos obteve a licença para operar o canal 4 de São Paulo, que se tornou a TVS da capital paulista. A partir das emissoras do Rio e de São Paulo, surgiu o embrião do SBT. A rede se expandiu rapidamente através de afiliações, mas o Programa Sílvio Santos continuava sendo transmitido simultaneamente pela Record, especialmente para alcançar o interior de São Paulo. A marca SBT passou a ser usada em toda a rede em fins dos anos 80.
A venda da Record
Em 1990, Sílvio Santos e Paulo Machado de Carvalho vendem a Rede Record para Edir Macedo. Neste momento, Sílvio já tem o SBT consolidado nacionalmente, o que tornava desnecessária a retransmissão do Programa Sílvio Santos pela Record. Segundo se conta, Sílvio não queria vender a sua parte da Record, mas foi convencido a isto depois de uma conversa telefônica com o presidente Fernando Collor de Mello.Contudo, o canal 9 do Rio de Janeiro antiga Record, continua sob seu comando com o nome de TV Corcovado até ser vendido para o Grupo Martinez.
A própria Record, especialmente de 2005 em diante, se tornou uma feroz concorrente do SBT. Controlando a programação com mão de ferro, Sílvio Santos costuma promover reformas-surpresa na grade do SBT, trocando horários, introduzindo e cancelando atrações de forma surpreendente até para os funcionários da emissora.
O Grupo Sílvio Santos
O Grupo Sílvio Santos é formado por 34 empresas, com cerca de vinte mil funcionários, incluindo o Baú da Felicidade, a rede de lojas do Baú, a Liderança Capitalização (que opera a Tele-Sena), o Hotel Jequitimar e empreendimentos agropecuários, O Banco Panamericano recebeu propostas de compra em 2004 e 2005 por grupos financeiros do Brasil e do exterior, mas Sílvio Santos não abriu mão do negócio.
Apesar de tido como um "comprador nato", Sílvio se desfez de algumas empresas nos anos 80: o CLAM (Clube de Assistência Médica), o plano de aposentadoria privada Aposentec e as lojas de móveis Tamakavy. Sobre o CLAM, Sílvio reiterou ser muito difícil administrar uma empresa de saúde e que se sentiria indiretamente responsável por falhas que provocassem morte ou graves danos.
Rumores de venda do SBT
Em julho de 2003, enquanto estava em férias na cidade de Orlando, Flórida, Sílvio Santos concedeu uma entrevista à revista Contigo! revelando que tinha uma doença terminal e que restavam-lhe apenas seis anos de vida. Por isso, Sílvio havia vendido o SBT para um consórcio formado por Boni e pela rede mexicana Televisa.
Alguns dias mais tarde, Sílvio desmentiu suas declarações nos programas Boa Noite, Brasil, apresentado por Gilberto Barros na Rede Bandeirantes, e no Domingo Legal. Disse que respondeu à entrevista em tom de brincadeira diante da insistência do repórter, e que acreditava que a revista notaria sua intenção. No entanto, Contigo! decidiu publicar a matéria transcrevendo ipsis litteris as declarações de Sílvio Santos, ao mesmo tempo que punha em dúvida as declarações do entrevistado. Sílvio dizia, por exemplo, que estava se locomovendo em cadeira de rodas. A revista mostrou fotos do período que mostram o empresário andando normalmente.
Por: André e Isadora

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