quinta-feira, 30 de abril de 2009

Alexandre da Costa



CACAU SHOW

Uma pequena indústria de chocolate artesanal fundada por um jovem empreendedor com apenas 17 anos, o Alexandre da Costa, de São Paulo
Saiu à luta e vendeu, em poucos dias, 2000 ovos de Páscoa... Que ainda não existiam. De lá para cá, ele amadureceu e aprendeu a enfrentar as dificuldades com muita imaginação e criatividade.
Alexandre da Costa é hoje um pequeno empresário de sucesso. Sem buscar fórmulas mágicas ou receitas pré-fabricadas, ele trabalha duro entre doze e quatorze horas por dia, tornando mais doce o dia-a-dia de muita gente, com os chocolates recheados de alta qualidade e preço acessível, que fabrica e distribui.
Seu contato com o trabalho, particularmente na área de vendas, começou cedo. Ainda garoto, acompanhava sua mãe - então revendedora domiciliar de cosméticos - nas visitas às clientes. Entre as demonstrações de produtos, as orientações de uso e a retirada de pedidos iam aprendendo como conquistar os clientes.
Adolescente, passou a trabalhar com sua mãe, ajudando seu gerente a atender à rede de 2000 revendedoras domiciliares que ela, então, coordenava; em troca do seu trabalho, não recebia um salário determinado e tinha de seguir a linha de atuação que lhe propunham.
Aos 17 anos, o futuro empreendedor não se sentia mais à vontade com a situação e decidiu, em suas próprias palavras, “ir à luta” e empregar seus conhecimentos na área de vendas de outra forma; numa atitude de desafio positivo, decidiu utilizar a estrutura de distribuição disponível, fez um acordo com um pequeno fabricante de chocolates para vender ovos de Páscoa sob encomenda.
Com a garra e o entusiasmo que lhe são peculiares e que mantém até hoje, mas sem muita experiência, colocou a equipe em campo e conseguiu vender, entre outras opções do produto, mais de 2000 ovos de 50 g.
Ao retornar à fábrica de chocolates para levar o pedido, contudo, uma surpresa nada agradável o esperava: ele descobriu que cometera um enorme engano, por não conhecer o suficiente a linha de produtos da empresa que, na verdade, não fabricava ovos de 50g e não teria condições de fabricá-los antes do domingo de Páscoa para honrar as vendas efetuadas.
Alexandre, em vez de desanimar, soube que tinha ao menos que tentar solucionar o problema e saiu, quase que às vésperas da Páscoa, à procura de alguém que pudesse fabricar esses ovos a tempo; por fim, acabou por descobrir uma senhora, que por sua vez, estava buscando uma atividade que lhe garantisse uma fonte de renda e que deu conta do recado com muita competência... E todos os clientes foram atendidos.
Passada essa situação de “aperto”, ele parou para analisar o que havia acontecido: que lições poderiam tirar de todos esses acontecimentos aparentemente negativos?
O que concluiu, com a visão de empresário que lhe é característica, foi que havia um mercado ainda inexplorado para chocolates artesanais na cidade de São Paulo, embora já existissem várias empresas e mesmo pessoas físicas tentando explorar esse “filão”.


Em sua sala de 3m x 4m, num canto da empresa de seu pai, com um capital inicial de US$ 500.00 - os mesmos que ganhara vendendo ovos - mais a mão-de-obra daquela senhora que produzira os ovos na Páscoa e o canal de vendas de 2000 revendedoras, Alexandre deu início à sua empresa de chocolates recheados, a Cacau Show.
Outro momento difícil da empresa ocorreu no verão de 1992. Como é natural e ocorre em todos os verões com produtos à base de chocolate, a venda dos produtos da Cacau Show caiu acentuadamente. O produto parou de rodar no ponto de venda e, devido à sua curta vida útil, começou a estragar. Um dos princípios de Alexandre é que seu cliente nunca deve perder dinheiro ao trabalhar com a Cacau Show; portanto, todos os produtos deteriorados foram trocados sem qualquer ônus para o varejista.
Até aí era uma situação tradicional de verão, quando freqüentemente é necessário “colocar dinheiro” na empresa; foi então que a crise se instalou, porque não havia caixa suficiente para cobrir as despesas. Alexandre lembra-se de que havia gasto todo o dinheiro ganho na Páscoa anterior com a compra de equipamentos, sem perceber qual a hora certa de parar de investir. Tinha aprendido mais uma lição.
Mais uma vez, não ficou parado, reclamando, nem saiu atrás de empréstimos para cobrir as despesas. Ao contrário, buscou oportunidades de longo prazo. Como o fim do ano se aproximava, comprou uma máquina para fazer panetones, e vendeu-os; montou quiosques em feiras de natal para oferecer não só seus chocolates, mas também produtos adequados à temperatura do verão, como salgadinhos e sucos, adquiridos de terceiros: ou seja, quando a situação de seus produtos se complicou, a empresa mudou, rápida e temporariamente, sua oferta ao mercado para poder suprir os problemas e sair em boas condições.
A empresa ocupa, no momento, uma área de 600 m2, operando rotineiramente com apenas um turno de produção; essa produção é escoada pelos 1200 pontos de venda, atendidos diretamente por seus 10 vendedores que cobrem a Grande São Paulo com grande competência, não tendo filiais nem representantes exclusivos.
Para o próximo ano, a estimativa é de que o faturamento da Cacau Show gire em torno de US$ 550,000.00, e, como de hábito, a maior parte desse retorno será reinvestida na empresa.
Enfim, é realmente muito trabalhoso e exaustivo fazer com que uma micro-empresa cresça e prospere principalmente nas condições econômicas e sociais em que se encontra nossa nação, mas, se você não se sente verdadeiramente recompensado por seu trabalho, seja financeiramente, seja socialmente ou como ser humano, e possui uma grande força dentro de você, não se intimide com a situação macro-econômica do país ou outros fatores e monte seu próprio negócio.
Por:Jessica e Laise

Um comentário: